
Reuni mais uma vez a coragem com a vontade de gritar e disse: basta!
Hei?! Olha bem pra mim e me diz que aceitar, não significa respeitar.
Eu gostaria realmente de poder acreditar que um sentimento possa existir dentro de você.
Fora o silêncio que eu te dirijo tem mais alguma coisa que você não entende? Se com palavras é impossível você compreender que Quero cessar nessa correria, quero durmir ao invés de viajar escutando músicas que não gosto. Quero pelo menos uma vez levantar de uma festa e te ter do meu lado em uma sincronia quase absoluta, antes mesmo que seja necessário eu relatar a imensa dor de cabeça que me assola.
Não faz muito li algo acerca da condição de uma relação à distância e, por incrível que pareça, descobri aqui mesmo uma relação longínqua.
Faz tempo que eu gostaria de estar só comigo e com você, porém sei que nessa solidão à dois não existe mais nada importante para ti que os teus próprios problemas.
Eu?! Eu estou ali, fielmente ao seu lado ouvindo e encorajando, dizendo sempre que estou bem, que não importa se não der pra ficar mais um pouco, e que sim, vou te esperar acabar o trabalho, a angústia, a partida, a reunião entre amigos.
Eu, bem, sou a mesma pessoa, agora em uma versão estupidamente tolerante. Escrevo aquilo que não falo, aquilo que não demonstro, mas sim aquilo que sinto.
Eu, ainda sou a menina com as mesmas responsabilidades, com os mesmos anseios de um ano atrás.
Sou ainda, aquela pessoa que sofreu mutações terríveis durante quatro meses e voltou a seu estágio normal, porém absurdamente pacato e desencorajante.
Ouvi muito falarem de vingança. Sim! Aquela que poderia vir de você para me tirar o chão, a vida ou, pelo menos, a coragem.
Bem, se é vingança eu não sei. Mas pode ter certeza que estou degustando de forma inacreditável até o momento de dizer realmente: Basta.