sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O que se pode ver



Saí até a área. O que se podia ver era um infinito céu bordado com pequenos pontos prateados, ou esbranquiçados. O que se podia sentir era o frio que a noite fazia despontar aos poucos na pele.
O que se pode ver ou até onde se pode ver?
Será que conseguiria enxergar aquilo que dentro da alma corre? Ou algo próximo ao riso e à vontade de cessar o riso?
Algo que não se pode ver, algo que não se pode definir.
Meus dedos conversam em silêncio com o céu, sendo cada palavra uma brisa a mais de um intrometido tempo que passa pelos fios finos de cabelos.
Olhe com os olhos do coração e me diga o que vê.
As marcas que existem em nosso corpo não são maiores que as histórias que elas carregam, e estas não são melhores que o que as causaram, mas ainda a vida não é melhor do que quem a concebeu, e agora não é melhor do que o que a permitiu.
Vou pra outras áreas, outros ares.
Vou ver o que se pode enxergar de onde estarei e assim por diante.
Fica no pensamento a dúvida de que o céu de lá pode ter mais estrelas bordadas do que este aqui, ou de que lá não tenha tantas estrelas, mas tenha uma brisa mais minha do que esta que tenho aqui.
Meu coração não consegue enxergar o que há mais além, mas se vou é de coração aberto, por que quero ver até onde se pode ir.