
Onde se está com a cabeça quando, como em um impulso indescritível, falamos as coisas que estão correndo em nosso pensamento? Ou pior ainda, quando calamos como se tudo estivesse errado e, não importando quem está perto, nos permitimos sermos um nós que não existe todos os dias?
Ah, como eu queria viajar hoje. Estava com essa necessidade pedindo para ser suprida, com vontade de gritar, correr, brincar, conversar e calar. Ou tudo isso poderia ser substituído por uma companhia agradável que não fizesse nenhum tipo de brincadeira ou comentário tosco, aqueles que surgem do nada, num dia pior ainda, somente para estragar o que já não estava tão bom assim.
Pude fazer o pão de queijo e devo ressaltar que essa foi a única satisfação do dia.
Quando me ligaram não perguntaram como eu estava, pela ausência do comentário sobre saudade, presumo que ela inexistia – digo, geralmente as coisas presumidas são as piores, não se sabe se isso ocorre pelo fato de não haver provas, ou das provas levaram a isso -, quando eu quero estar só de pessoas conhecidas, isso inclui todas as pessoas que podem te levar a estender um cumprimento até uma conversa. Droga, por que sempre que tenho que estar de bom humor e, por que, devo esbanjar sorrisos e simpatia? Não aguento ter que ouvir, concordar, conversar, quando a única e simples coisa que quero é ficar quieta.
Realmente somos ou sou, já nem sei mais, a tempestade que se inicia num belo dia de verão: assim como o tempo está perfeito, as coisas ocorrem no seu ritmo habitual, vem uma nuvem e junto à ela muitas outras nuvens negras que cobrem o céu e não tarda para virem os trovões, relâmpagos e, finalmente, a torrencial e contínua chuva.
Choveu agora pouco!!! Na verdade foi um dilúvio!!! Mas logo passa e abre um lindo dia novamente, porém mesmo que esse dia lindo aconteça não quero ter que ser hoje o que eu não quero ser.
Bom, falta um pouco de vontade. Sobra amor e desejo de estar somente próximo sem falas e sem truques. Só estar me basta. Somente estar próximo.
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