Tento entender o por que a dor mutila cada dia de minha vida.
Tento visualizar onde está o resgate que espero já faz um tempo. Mas tudo que consigo ver é mais um pouco de lutas, dores, massacres de sentimentos. Meu coração já está tão apertado, já não sinto o que deveria sentir, somente sei que quando haver risadas e amigos isso passará, porém após isto, tudo volta a uma angustiante espera que parece não findar.
Meus olhos se fixam em algo que não existe, eles tremem, meus lábios tremem e calam o grito. A voz está ressequida, o rosto pálido da ausência de uma luz que não o sol.
Dedos falam sem parar. Falam quando durmo, conversam entre si, dedilham notas que nunca saberei decifrar. Escrevem coisas que, talvez, jamais compreenderei.
Os pés querem correr, mas param. Eles anseiam por uma brecha no portão, para que possam livres andar sem medo.
Já não sou o que fui e o amanhã nunca foi meu.
O hoje me ensina que talvez ficará pior. Fazia um tempo que não tinha crises de abstinência. Anos que sentia somente frio, mas não a frieza do mundo.
Quero andar longe, voar longe, cansar longe daqui.
Não consigo mais um pouco, a força extra que se concentra em nós depois que todas já acabaram, não existe em mim.
Penso na saudade, será que haverá?
Penso na angústia da ausência, quando sentirão?
Sei que poderá ser o que nunca imaginei, uma vez que imaginação não aflora mais em meu pensamento.
Meus olhos ainda tremem, falam como minhas mãos, gritam como meus lábios queriam gritar. Espantados estão.
Agora não posso mais curar sozinha, não tenho a presença perto de mim. Quero parar e não posso.
Meu sonho está encontrando novas mentes, já não me pertence mais.
Vou embora de mim. Talvez dessa forma consigo entender o que aconteceu.
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